quarta-feira, maio 29, 2013

Onde está o ilustrador?

Bia Bedran sempre chama o ilustrador para participar. 
Apresenta com muito carinho e destaque nossa arte.
Aqui nós duas no lançamento do livro "Deus" em 2006.
Editado pela Nova Fronteira – Leila Name e Daniele Cajueiro.


Faz já alguns anos, ocorreu um longo e acalorado debate na lista de discussão da AEILIJ onde ilustradores defendiam o fato de que são autores. Houve quem ficasse zangado com isso. Não queria de forma alguma reconhecer o carater autoral dos criadores das imagens... mas logo se desfez o mal-entendido – estes estavam a pensar que os ilustradores requisitavam para si a autoria do texto!
O que causou o engano foi como colocamos: nós, ilustradores, somos autores do livro. E alguns usavam logo o termo: co-autores do livro.

Sim, somos autores, também, do livro que o leitor pesca na prateleira. Portanto, dentro do livro, objeto de fruição estética e informativa, somos co-autores.
Assim, sempre que um editor me contacta avisando que logo haverá a festa de lançamento do livro onde eu, co-autora, criei as imagens que cobrem cada uma das páginas do mesmo, eu sinto um frio na barriga, uma expectativa negativa do que está por vir, e, infelizmente, meu ataque de Cassandra costuma se confirmar.

Invariavelmente o nome do ilustrador, meu nome, autora da imagens do livro para crianças, onde as imagens raramente compõem menos de 50% da arte apresentada, vem miúdo, em corpo bem menor que o do autor do texto, que o nome da editora, às vezes até mesmo do que o local do evento! Outras vezes nem mesmo aparece, em flagrante delito, visto que a Lei dos Direitos Autorais torna obrigatório que se credite as obras artísticas.

Já teve caso que eu nem sequer ser avisada do lançamento, e nunca fui consultada sobre qual seria a data e local mais conveniente para mim, coisa que sei que ocorre com o escritor, já que também tenho obras publicadas como escritora.

Em lançamento recente, fui chamada mas deixada longe da mesa de autógrafos, o que de certa forma causou desconforto aos leitores que vieram pedir pelos meus autografos-desenhados, já que eu tive de fazer isso de pé apoiando o livro nos braços deles.

Não se trata de orgulho ou pedantismo, aliás, eu não me importo de ampliar a autoria do livro a quem de fato o torna possível, como o designer e editor (aqui querendo dizer o nome da pessoa física responsável pela editoria, que é o agregador de todos os talentos envolvidos!) e quem mais tiver seu talento valorizando a obra pronta.

Trata-se de ser justo e de valorizar o livro, valorizando os talentos presentes.

Por favor, não diminuam a importância do trabalho do ilustrador.
Sobretudo em livros ilustrados para crianças.

Não é preciso muito: basta manter o mesmo corpo de letra para os autores de texto e imagem, lembrar de consultar ambos sobre o lançamento e, claro, chamar o ilustrador para que também autografe e até mesmo para uma performance – as crianças amam!!!

Lançamento com arte é super atraente para as crianças, que já dominam o traço muito antes de aprenderem a ler, e adoram ver um adulto interagindo graficamente com a criatividade delas! E os adultos pedem sempre para que eu faça um rápido desenho, que eu chamo de ilustrautógrafo, por vezes transformado numa caricatura divertida da criança que receberá o livro. Sucesso total, valorização do livro – TODOS ganham quando cada um é reconhecido!

Fica a dica.


O Portal da Fadas – lançamento no Salão FNLIJ


Livro novo no violão.




Para editora Geração.

Cores, formas e muita emoção para contar esta singela nova história de Marta Reis.

terça-feira, maio 28, 2013

Uma vida boa

Descontados os percalços comuns a quem vive na corda-bamba, viver do retorno de sua produção autoral é bom. Temos oportunidade de conhecer muita gente bacana, conviver com crianças leitoras, gente criativa, ativa, idealista.


A fama tem seu lado desconfortável para quem é tímido – e essa parece ser uma característica comum a quem escreve e desenha – mas é um "mau necessário" que traz a oportunidade de bons contatos, viagens a lugares legais, parcerias em projetos culturais e sociais que nos dão a oportunidade de contribuir para um mundo melhor para todos.



Vendo as crianças, sentimos o mundo melhor que virá por aí. O interesse e criatividade delas, a inteligência, o bom humor, ou simplesmente e originalidade com a qual se apresentam – elas sabem que é direito delas estar aqui e serem bem cuidadas. É nosso dever ajudar e nunca trapalhar essa força.




Ter participado da AEILIJ, sobretudo, é meu alimento para seguir em frente, conhecendo gente muito mais culta e criativa do que eu, com anos de estrada e uma visão ampla que eu, com sorte, apenas atingirei após anos de estrada.

Estar aqui é um privilégio que deve ser bem cuidado e se possível levado a outros.

segunda-feira, maio 13, 2013

Nós, ilustradores, somos autores



Todo ilustrador recebe direitos autorais, independente se começou a 20 anos ou 20 minutos.

Porque a Lei Nacional dos Direitos Autorais obriga a isso.

Alguns editores ainda impõem, mediante abuso econômico, à assinatura de contratos de cessão integral. Ou seja, um contrato, que aplicado em nossa área, é abusivo e não respeita o princípio do equilíbrio entre as partes.

E não pensem que é para escritor e ilustrador brigarem por migalhas!
Já foi resolvido tempos atrás no Encontro Nacional da AEILIJ em SP, com a presença do advogado e escritor Gabriel Lacerda, que não se faz cinto com couro alheio.
O entedimento geral é que cabe ao editor pagar pela utilização da imagem de forma justa, colocando também em nosso contrato participação nas vendas para cobrir esse uso. 
Ou usar qualquer outra forma de pagamento de direitos que seja igualmente justa. Se for para ser apenas um valor fixo (e isso também é uma forma de pagar direitos autorais, seja para ilustrador, seja para escritor), que o contrato tenha limitação de tempo e uso.

Não é correto o editor tentar tirar dos percentuais pequeninos dos escritores para cobrir o que é obrigação dele (como empresário) pagar aos ilustradores. Pois o risco do negócio cabe ao empresário e não aos autores. Além do que, se assim fosse feito, estaria o escritor a bancar os direitos do ilustrador, e ele, o escritor, teria de ter ganhos como investidor além dos 10% de contratado.

Podem ocorrer ainda acordos mútuos, onde ilustradores e escritores dividem os "fixos" (que podem ser vistos adiantamentos não reembolsáveis dos direitos autorais, ou um valor que possibilita a dedicação exclusiva à criação da obra) e os percentuais sobre as vendas que virão.

Temos pedido, e conseguido na maioria das vezes, que após um fixo cobrindo determinado tempo, edição ou tiragem, a gente receba um percentual para remunerar o uso na edição/tiragem seguinte e nas vendas casadas, como no caso do PNBE e outros editais onde os livros são comprados em grandes tiragens.

Mas ainda há editoras, e coincidentemente, das grandes, que se recusam a respeitar o direito dos autores. São as que mais ganham com as vendas governamentais, são as que mais títulos têm no mercado, são as que ganham lucros recordes todos os anos, usufruindo das criações dos ilustradores que se recusam a remunerar de forma correta.

Acompanhem os Boletins colocados online no site da AEILIJ – Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil e o texto que sairá no Boletim AEILIJ de junho de 2013 escrito pelo advogado Hildebrando Pontes.


É ponto pacífico:

Todo autor recebe direito autoral.
Ilustrador é autor de imagens,
escritor é autor de texto
e tradutor é autor de traduções.

Todo ilustrador é autor e tem direitos autorais que devem ser remunerados de forma justa com o uso das mesmas.

Cessão integral para livro de literatura ou didáticos é prática abusiva!

quinta-feira, maio 09, 2013

Para Marta Reis




Estudo para personagem de livro novo.

We, illustrators, are authors!




We, illustrators that live in Brazil, are spreading a worldwide campaign to alert to the authors rights of the illustrators. The campaign started in Argentina and is getting bigger! Please be welcome to participate with us, let's put together all the artists of the planet!
Each illustrator may collaborate with a piece of art, together with the phrase: 

We, illustrators, are authors! 

Do it in many languages you know and post it on your page!
Thank you all!

You may also collaborate posting your art in the campaign group, created by the brazilian illustrator Cris Alhadeff:


Also in french: