sábado, maio 26, 2012

Eu acredito em direitos autorais!



Cada vez que um blogueiro diz "eu não acredito em direitos autorais"
em algum lugar do mundo morre um autor.

Thais Linhares.

***


Defender o roubo de trabalho alheio como "benéfico" , pois "divulga o mesmo", é defender que os fins justificam os meios.

Tampouco é certo que o privilégio em explorar essas obras deva ser dos pirateiros. Os meios para uma forma legítima e que respeite os direitos dos que criam já existe e é usada pelos que realmente amam a arte e cultura e querem vê-la compartilhada de uma forma que a ajude a crescer. 

Os sites de compartilhamento do tipo do Megaupload ergueram os níveis de pirataria na extratosfera oferecendo prêmios em dinheiro aos campeões do Download.

Já vi colegas se queixando de ter suas obras pirateadas com partes cortadas, entre elas as partes onde estavam o crédito dos criadores e editores! (O que derruba sua defesa do roubo de obra alheia pra "ajudar na divulgação")

Também vi obra visual de colega sendo assinada por terceiros, que então se beneficiaram da tal "divulgação", e obra de amigo indo parar na coleção de verão de magazine multinacional.

Os mesmos recursos que valem para aumentar o acesso à todos das obras, estão a disposição de quem o faz de forma legítima. E acaba penalizado por querer fazer do jeito correto e benéfico aos criadores.

Pra quem está recebendo o conteúdo, não faz a menor diferença se o material lhe chega de forma legal ou ilegal (pelo menos nas vezes em que não chega com a qualidade comprometida). A priori. Então não vejo defesa possível de nenhuma pirataria que se apoie apenas nos argumentos que os piratinhas têm apresentado até agora.

A massa do que é pirateado é feito com a pior das intenções, passando por cima da cabeça de quem produz e investe na arte. Os poucos que querem, de fato, ajudar à cultura, evitando atos que prejudiquem os autores, devem tomar cuidado pra não caírem no mesmo saco dos pilantras. 

É justamente quando se torna mais vulnerável, que a arte precisa ter ao seu lado leis que garantam a sua continuidade. Mais do que nunca é preciso fortalecer os direitos autorais. Para que a arte não pare.

"The show must go on!"

Como ganhar dinheiro 2


Meu colega o autor Fábio Sombra, me passou esse link onde a Apple oferece gratuitamente seu programa para criação de ebooks para sua plataforma (atualmente a melhor nos e-readers).

Entra aqui e cria um e-books repleto de recursos interessantes:
http://www.apple.com/ibooks-author/

Depois de editado, já pode disponibilizá-lo na Apple Store e começar a promover e vender teu trabalho autoral,

Veja mais no post anterior "Como ganhar dinheiro".

Ex Libris


Ex libris é aquele selinho que colamos no livro para indicar a quem o exemplar pertence. 

Da Wiki:

Ex libris é uma expressão latina que significa, literalmente, "dos livros". É empregada para determinar a propriedade de um livro. Portanto, ex libris é um complemento circunstancial de origem (ex + caso ablativo) que indica que tal livro é "propriedade de" ou "da biblioteca de".

É costume colá-lo no verso da capa ou na falsa folha de rosto, que é a aquela primeira página apenas com o título do livro que aparece em alguns impressos, sobretudo os mais antigos com encadernação costurada a mão. 

Coloco aqui meus ex libris no topo da postagem. São três imagens que produzi originalmente em gravuras, com matrizes de chapa de metal gravadas a ácido. 
Mais tarde, esta e outras gravuras, foram adaptadas para ilustrar meu livro "Vovó Dragão".


 Ganhei este costume da Ivone, amiga de infância de minha vó Mary a quem eu muito me afeiçoei. Viramos amigas que compartilhavam amores aos livros. Foi ela quem me apresentou as artes de Edith Holden, a grande mestra inglesa da ilustração em aquarela dos temas silvestres. Junto a Cecily Baker e Beatrix Potter, forma o trio de ouro da arte vitoriana dos livros silvanos.

Aí sobre o texto coloquei o ex libris que fiz para homenagear uma de minhas heroínas, a professora Jane Elliot. Ela tem a cabeça colocada à prêmio pelos racistas norte-americanos por conta de sua cruzada contra a discriminação, contra a tirania e a opressão.

Assista o seu documentário já exibido aqui no Brasil pela Tv à cabo e já disponível na web: "Olhos Azuis".

Antes da professora Elliot, desenhara também esse aí de presente a uma autora de Nova York, a Vicky Shiefman, uma amiga acidental, pois a conheci através do ilustrador Vitor Tavares, quando ela estava aqui no Brasil pela segunda vez. 
Ela vem de vez em quando, e fico envergonhada de não manter um contato mais estreito com ela, que é uma pessoa muito simpática e inteligente. Mas sinto que preciso antes ler sua obra, e lhe mandar esse ex libris pronto. Já o colori, mas ainda não me satisfiz com o resultado. E assim vou demorando, demorando... 
Minha únia dseculpa é minha estranha noção de tempo. Por algum motivo sou capaz de saber a hora do dia sem olhar o relógio. Mas esqueço o ano em que estou, e em que ano aconteceu este ou aquele evento. 
Então, ficar dez anos longe de alguém, ou apenas alguns meses, faz o mesmo efeito pra mim: é como se tudo tivesse acontecido ontem!



Esse ex libris de Eneas em trajes do "Império" foi uma forma de expressar meu carinho à distância, pois moramos em cidades distantes.



Conheci Vanessa através do Eneas, nos divertimos os quatro, eu, ela, N e Davison, esposo de Vanessa, numa tarde dourada no Parque da Redenção. Após uma visita ao paraíso dos artistas em Porto Alegre, a loja Koralle, sentamos na beira do lago para desenhar as árvores com nossos bloquinhos novos. Rimos de tanta bobagem, dividimos filosofias, fizemos arte e comemos sanduíches. A cidade estava coberta de flores e autores, era Feira do Livro.
Vanessa é uma autora que vem se destacando na web. Originalmente era uma autora que nas horas vagas ganhava dinheiro como corretora de imóveis. Mas seu talento chamou a atenção de sites de opinião, e hoje ela é contratada para produzir conteúdo online. Por conta do novo trabalho, foi transferida para São Paulo, marido, dois gatos fofos e tudo. É dela o blogs de opinião Lampertop.


É fácil fazer seu próprio ex libris, bem pequeno e elegante para colar em seus livros, ou fazer pequenos quadrinhos que decorem sua casa. Mas se você topar, eu faço um para você. O preço é você colaborar de alguma forma com o projeto Ler é 10, do Otávio Júnior. Pode ser doando livros ou recursos diversos (dinheiro, equipamento, lanches pras crianças que vão nos eventos literários, ingressos para atividades culturais para as crianças, transporte...é só falar com o Otávio). Entre em contato e ganhe seu ex libris, depois é só fazer quantas cópias quiser, pra enfeitar seus amigos de papel, ou até para incrementar o visual de suas páginas na Web.


Como ganhar dinheiro

você pode conhecer esta obra de amor às crianças 
de um de nossos maiores autores de livros, 
o Luiz Antonio Aguiar
vencedor do Troféu Recordista 2012, 
inúmeras vezes agraciado pela FNLIJ 
com o prêmio "Altamente Recomendável para Crianças".  




Trabalhando a divulgação com o Blogspot e o Utube, usando recursos já existentes na web como o Hotmart e os epubs, dá pra conseguir uma força pras contas do fim do mês. 


Já até imagino o "nojinho" dos pirateiros que acham que autor ganhar dinheiro é "um pecado". Sendo que por autor... querem dizer todos que criam, tem ideias novas, e amam fazer arte... ou seja: TODOS NÓS!!!


Só sendo muito tolo, ou maulandro (com "u" mesmo, já existe o "malandro bom"), pra seguir um raciocínio assim. 


Primeiro porque só pode se dar ao luxo ter nojo de dinheiro quem tem ele sobrando


Segundo porque dinheiro não é nada, é um papel, um "símbolo" que usamos pra manter nossa vida e buscar bem-estar. Quando olho para uma nota de dinheiro eu não sinto nojo nenhum, porque ali na minha mão está o símbolo de horas, dias... anos de trabalho contínuo. Meu trabalho. E meu trabalho é tudo de bom, não tem nada de desonesto ou nojento. 
Não ganho meu dinheiro montando sites onde roubo a obra dos outros, o trabalho dos outros, pra encher o bolso sem trabalhar, nem repassar os direitos de quem criou e investiu na arte. Depois querem falar mal dos "monopólios". Bem, pelo menos os monopólios colocam prazos em seus contratos, e hoje temos a opção de não mais aceitar os contratos ruins que antes tínhamos de engolir por não ter os recursos de distribuição e venda que hoje temos facilmente na Web.


Terceiro, ganhando dinheiro, se sobra algum, aí podemos ajudar muito mais a quem não tem os meios (talentos) para obtê-lo. Gerar empregos, paga impostos, dividir bens, divulgar a cultura brasileira.


E por último: ganhar dinheiro criando coisas boas, que colaboram com o desenvolvimento da humanidade, é show! E nisso vale a pena o país investir. A criatividade de um povo é seu maior tesouro!


Muito melhor do que ganhar (seja em dinheiro ou fama) na vagabundagem, vampirizando o esforço e criatividade dos outros. E os pirateiros querem acabar com isso, obrigando que nunca mais possamos ganhar nada com nosso trabalho criativo.


Para aprender com o livreiro/editor Gato Sabido como criar seu próprio ebook e se auto-publicar na web acesse:


http://blog.gatosabido.com.br/?p=425


E para comercializá-lo do jeito que quiser sem precisar investir nenhum tostão em estrutura de compra e vendas acesse o Hotmart, soluções para produtores de conteúdo digital:


http://blog.hotmart.com.br/


Muito cyber-sucesso pra você!

sexta-feira, maio 25, 2012

Repasses percentuais para os autores

O “problema”



Em uma nota (dia 17 de junho de 2010?) da coluna Gente Boa o Sr Joaquim Ferreira dos Santos colocou na nota intitulada “Ilustradores Unidos”, como um “novo problema dos editores” o fato dos ilustradores requererem direitos autorais dos escritores. A priori a matéria traz dois grandes erros.

Primeiro é que como colocado no texto do jornalista, o problema não seria do editor, e sim do escritor, que já como parte hipossuficiente em contrato de edição, ainda se veria obrigado a bancar os direitos do ilustrador, sem as benesses próprias do investidor de fato. Seria o caso surreal do editor que poderia se dar ao luxo de explorar comercialmente ambas as artes (texto e imagens) sem precisar investir no autor das ilustrações.

O segundo, e mais grave erro, está na própria notícia. Não há absolutamente nenhuma intenção dos ilustradores (enquanto grupo organizado) de pedir que nossos parceiros criativos arquem com uma responsabilidade que é dos nossos editores. Fato aliás, que se ocorrido, se opõe aos princípios defendidos pelas associações que nos representam nacionalmente. Em uma reunião promovida em 2006 pela AEI-LIJ, o assunto foi amplamente debatido e considerado resolvido por escritores e ilustradores de todo Brasil. Ficou assim esclarecido a importância de se reconhecer o carater autoral do ilustrador – o que já é garantido por lei – e que deveríamos nos precaver de contratos que fossem abusivos, inclusive aqueles que tentassem jogar para o escritor o ônus do investimento nas ilustrações do livro.

No entedimento dos autores dos livros (escritores e ilustradores), e também da Lei dos Direitos Autorais, cabe ao investidor o risco do negócio. É o editor que deve repassar ao ilustrador a parte que lhe cabe pela exploração comercial de suas artes em forma de livro.

O tal “problema”, ainda que não possamos chamar assim, é que a ilustração brasileira está amadurecendo tanto em sua qualidade artística, como profissional. A figura do artista ingênuo, alienado do processo de mercado e que assina sem ver as letras miúdas é que está desaparecendo. Enquanto foi possível, alguns editores – em particular o dos grandes grupos comerciais, que praticamente combinaram entre si um mesmo modelo contratual – impuseram contratos de adesão aos ilustradores onde obrigam que se abra mão de todos os diretos autorais sobre suas artes. São contratos de cessão universal, sem absolutamente nenhuma limitação de prazo, local ou mídia (abarcam até mídias futuras, o que é proibido).

Em um contrato de adesão a parte economicamente mais forte não pode impor cláusulas que prejudiquem a parte fraca no objeto do contrato. Logo, como justificar um contrato de licenciamento de direitos autorais que já prevê lucros ilimitados apenas ao editor em regime de cessão integral?

Esses mesmos grupos editoriais que se apossaram do patrimônio de inúmeros artistas – não raramente utilizando de coerção, pois quem se recusa a assinar nos termos impostos é sumariamente descartado – mantém imensos bancos de imagem que licenciam à vontade, em concorrência desleal com os próprios artistas que as produziram.

Esses contratos leoninos, onde ocorre a cessão integral, são distorções grotescas do conteúdo da Lei, e o pior é que do jeito que colocam na redação, o ilustrador inexperiente no jargão da lei fica com a impressão de que é própria Lei dos Direitos Autorais, e não a editora, que o obriga a assinar os tais termos abusivos.

Com o surgimento de novas mídias, vendas de governo e principalmente o trabalho de conscientização sobre os direitos dos autores, nós os ilustradores, passamos a questionar os contratos abusivos. Agora é mais comum ver o autor visual acompanhado de seu advogado em negociações de uso de imagens.

Ressalta-se ainda que foi graças a esses absoletos contratos leoninos que a ilustração brasileira viu-se amarrada a relações desgastantes de trabalho, que em muito prejudicaram tanto as carreiras individuais dos artistas, quanto a visibilidade da ilustração no panorama da cultura nacional e internacional. Por isso, junto à pressão por contratos justos, estamos conscientizando as editoras de que manter uma relação onde se reconheça e respeite o trabalho do ilustrador também reverterá em maior qualidade no que é produzido. Ganham todos quando a relação é justa e transparente: o editor, os autores e o leitor.



Temos no Brasil três associações que atuam nacionalmente:

A AEI-LIJ – Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infanto Juvenil; a ABIPRO – Associação Brasileira de Ilustradores Profissionais e a SIB – Sociedade de Ilustradores do Brasil.

Através destas associações questões de interesse são discutidos, inclusive as relações contratuais e casos de desrespeito aos direitos dos autores. No meio de livros para crianças está a AEILIJ, que acaba de comemorar dez anos de criação. Além de sua forte atuação em eventos e campanhas, a associação mantem uma lista de discussão pública, isto é, aberta a todos que tenham interesse em literatura infantil e juvenil. Foi a partir de discussões desenvolvidas nesta lista que foi convocada a reunião nacional onde firmou-se posição diante da questão do tal “problema” citado na nota.



O mercado de livros no Brasil cresceu por conta de boas políticas públicas de distribuição, além de uma maior conscientização de diversos setores da sociedade para a importância do livro na formação da cidadania. Nosso país é um dos maiores compradores de livros do planeta e isso atraiu a cobiça de grandes grupos editoriais não só nacionais como estrangeiros também. São esses mesmos grupos que se gabam em seus portais na Internet de possuírem vasto catálogo aprovado dentro dos programas governamentais, e também são exatamente eles que impõem aos seus autores (não só aos ilustradores, mas aos escritores também) as piores condições contratuais. Nos encontros recentes do Fórum Nacional de Direitos Autorais a AEILIJ e a ABIPRO, levantaram não só essa questão, mas como o governo, no papel de principal comprador, pode inibir práticas abusivas nos contratos de edição dos ilustradores. Aliás, foi em parte por causa dos editais das vendas, que o ilustrador ganhou um maior reconhecimento. Nas regras dos editais é obrigatório que se estabeleça um contrato de uso das ilustrações que contemple o novo programa e também que se apresente, tanto na forma de créditos visíveis quanto de biografia, os autores ilustradores. Bastante coerente, visto que é isso que obriga a Lei 9610/98 dos Direitos Autorais. Surpreendentemente, muitos ainda eram os editores que simplesmente ignoravam seus deveres no tocante a lida com o trabalho autoral, precisando ser “esclarecidos”. Não se tratava portanto de nada novo”, e sim do fim de um problemão, de verdade.

E aí sim, a nota do Boa Gente acertou em cheio: foi a brecha que precisávamos para fazer valer direitos que já são nossos, garantidos pela Lei que foi criada para tornar possível e digna a produção autoral brasileira.






Para autores, associados ou não, editores e jornalistas que queiram se manter informados sobre questões contratuais além de outros assunto pertinentes à criação, basta contactar-nos em:



www.aeilij.org.br

www.abipro.org

http://thaislinhares.blogspot.com



Temos ainda a lista de discussão sobre Direitos Autorais em:

http://br.groups.yahoo.com/group/direitos_autorais/







Atenciosamente,

Thais Linhares – coordenadora visual da AEILIJ, associada da ABIPRO e ABCA.

Gravadora não tem direito autoral, tem uso.



A quase 30 anos eu sustento e busco qualidade de vida para minha família às custas dos meus direitos autorais. 


Minha área, artes visuais, é diferente da dos músicos, e recentemente temos experimentado relações muito boas com o mercado, editores, e produtores. Aliás, a Internet tem nos possibilitado algo que antes era impossivel, a auto-publicação, a auto-promoção e explorarmos diretamente nossos direitos. 
No caso da ilustração temos muito mais possibilidades de uso do que música ou texto. 


Acho o cúmulo chamar de mesquinhez um autor defender seu direito autoral, que na prática é meu direito à vida, e meu único direito no sistema em que vivemos (goste ou não dele, estamos aqui!). Pois não gozo de direitos trabalhistas, por exemplo. 


Não sou funcionaria pública, não tenho fgts, nem plano de saúde de empresa, nada. Tudo que tenho são meus direitos autorais, que na prática formam meu salário, do qual ainda desconto quase 30% em imposto de renda. 
Seria impossivel todos os que criam terem cargos públicos, ou conseguirem bolsas-arte, ou vencerem editais de cultura. Assim, apenas com direito autoral todos poderão ser assistidos em seu trabalho de criar e se manter criando livres de amarrars ideológicas ou mercadológicas. 


Penalizar o autor (e lembro que "autor" não é um espécime raro do ecossistema, é qualquer cidadão do planeta) por sua revolta contra um mau produtor de alguma gravadora que lhe "obrigou" a assinar um contrato, não faz o menor sentido. E na real, péssimo pra livre criatividade.


Se não está satisfeito, rasgue o contrato, oras! Essa é uma das coisas que a Lei do Direito Autoral lhe permite!!!








Créditos da imagem:
Ilustração de Thais Linhares para "O Livro de Lola", texto de Lino de Albergaria – da Editora Paulinas, que respeita os direitos do ilustrador. Grafites reais e bordados virtuais.

quinta-feira, maio 24, 2012

ALO – Acesso Livre às Obras Autorais




Amigos, num bate papo com Eneas Luz, meu querido gaúcho, ele me perguntou porque não solucionar o problema do acesso ao livro criando uma série de bibliotecas virtuais integradas. Expliquei pra ele que fazer download de livro em biblioteca é tão danoso ao editor e ao autor quanto o dos piratas. Mas a sugestão dele me fez pensar um pouco mais e saiu esta ideia luminosa aí abaixo:


PROJETO BIBLIOTECA VIRTUAL INTEGRADA
Até criarmos um nome mais batuta, eu adoraria "Acesso livre às obras autorais do Brasil" (Alô Brasil)

1-Um único portal, para todo o Brasil.

2-Todas as obras que autores e editores desejarem inscrever.

3-Downloads geram retorno para os editores/autores inscritos.

4-O retorno se inicia acima de um certo número de downloads com um valor inicial que cairá quanto maior a procura. 

5-Anunciada, constantemente acessada em todas as escolas, bibliotecas publicas, centros culturais, lanchonetes fast-food e quiosques do litoral.

6-Chamada aberta a tradutores que ao disponibilizar a obra em outros idiomas também passam a receber retorno, não há limitações quanto ao número de traduções de uma mesma obra. 

7-Ídem para versões reeditadas, ilustradas, musicadas, adaptadas, sampleadas, porém resguardados os direitos morais dos autores e contratos anteriores firmados por autores com terceiros.

8-Finaciamento para a montagem da estrutura online e retorno dos DAs dos editores e autores viria do Estado + provedores e demais que compartilham dos ganhos oriundos da circulaçao de conteúdo na Internet (Google, Utube, Yahoo, UOL, Terra, IG, Oi, Microsoft, Apple, telefônicas, etc).

9-Permitida entrada de anunciantes para financiar o valor dos downloads. Através de anunciantes o valor do download poderá chegar a zero para o Estado e demais patrocinadores, com o anunciante financiando diretamente o editor/autor.
Um livro sobre a Renascença Italiana interessaria a anunciantes de pacotes de viagens para Itália, cursos de arte, etc.
Um livro sobre fisioterapia interessaria a anunciantes de clínicas e equipamentos de fisio. Na seção jovens autores tudo quanto é anunciante de produto teen vai querer embarcar. Esse é um recurso que a internet veio disponibilizar e que não afeta a estrutura visual do livro, pois o anúncio entraria apenas na faixa de banners na página do download do livro e não no ebook em si.

10-Os arquivos, de alta qualidade são fornecidos diretamente pelos editores/autores, com links para compra do ebook/impresso quando houver, aqui devemos pensar nos livreiros de bairro, o usuário recebe sempre duas opções: compra online no editor/autor, e também a indicação das livrarias mais próximas que tenham o livro em suas estantes, pois há o interesse em estimular a busca pelo livro em papel e semear pequenas livrarias pelas cidades. Sinto muito pelos megastores online. Terão os mesmos privilégios que todos os outros livreiros. O fato destas megastores agregarem outros produtos já lhes confere vantagem suficiente. É notório que as megastores prejudicam editores e autores ao exigirem percentuais abusivos na revenda dos livros.

11- As livrarias teriam como anunciar seus eventos neste projeto, como lançamentos e palestras, incentivando a compra do livro físico.

12- Haveria uma opção para ajudar a auto-publicação ou editores que não dominem o ebook. Uma opção padrão automática e simples, mas que o autor pode incrementar se quiser. Outra possibilidade da magia da Internet. Poderia ser um acordo com os criadores dos softwares de edição.

13-Editores teriam espaço para criar atrativos extras, como links pra entrevistas, podscasts, brindes, atualizações sobre a obra, lançamentos e autores. Incentivando ainda mais esta forma de acesso com downloads gratuitos mas legais. Afastando de vez qualquer vantagem de acessar piratas e criando a tão importante aproximação de editores e leitores.

14-Link para paginas dos autores, feedback dos leitores direto com os autores que desejarem recebê-lo. Como na página da Amazon, a busca por um livro indicaria outros do mesmo autor ao usuário. Estudante e leitores poderiam ainda agregar resenhas dos livros, coisa que raramente se vê nos sites piratas

15-A busca de determinado livro também poderia gerar alertas sobre eventos relacionados ao livro, como por exemplo Feiras e Congressos Literários, e até eventos públicos e culturais relacionados diretamente ao autor ou assunto do livro. Exemplo, livros sobre agricultura orgânica "chamam" avisos sobre Ferias de Orgânicos, eventos para pequenos agricultores. E seriam os organizadores destes eventos que inscreveriam os mesmos. Como já é feito no Face e no Orkut. Os usuários inscritos ainda teriam descontos nesses eventos, estimulando a ida deles nas feiras.

16- Esse modelo pode abarcar outras formas de arte. Exemplos:

17- Músicas: podem ser "contratadas" para formar todo um podcast, uma lista de músicas para, por exemplo, animar uma festa, um aniversario, um casamento (acabando com os micos do ECAD invadindo festinha de aniversário da vovó). Ou até num stream continuo, tocando num bar. A Biblioteca ALO então forneceria auxilio na busca e formaçao das listas, novidades das bandas, etc. Feedback para contato com os músicos e bandas tornaria ainda mais atraente o serviço. Lembre, que serão os músicos, bandas e produtores que se inscreverão e entregarão os arquivos. Links para a compra do CD.DVD disponíveis tb.

18-Vídeos: segue a mesma ideia. Pode-se contratar "cineclubes", video-casts pra eventos, ídem, ibídem.

19-E outros formatos de entretenimento que sendo vítimas da pirataria podem se beneficiar assim. Exemplo: vídeo games.

20-Todo usuário se inscreve. Recebe os "termos de uso do site", ou ainda, o manifesto pela arte do site, cujo o objetivo é educar o usuário a não acessar mais os piratas, quem sentir falta de qualquer conteúdo haverá um canal para requisitar o mesmo, e a Biblioteca Virtual irá contatatr o detentor dos direitos. 

21-Assim cadastrado o usuário passa a fazer parte de uma comunidade de leitores e vídeo espectadores. Onde pode trocar ideias, formar grupos de estudo, pedir ajuda a colegas para pesquisas ou dever de casa. Unindo lares e cabeças pensantes.

22-O usuário pode optar também por entrar como autor e promover seus próprios trabalhos, que serão disponibilizados da mesma forma que os livros dos editores. Para iniciantes poderia haver uma planilha padrão, de custo mais baixo, ou de custo zero, se abríssemos para venda direta. Piratear o livro de um estudante que começa nas letras não seria do interesse de ninguém, e de um mau-caratismo tal que dificilmente alguém faria este download.

23- Fazer aliança com a Wikipedia e demais portais de conteúdo. Integrando demais projetos que surgiram no planeta.



VANTAGENS DESTE PROJETO

1- Torna desnecessária a "luta" contra a pirataria. Economizando em processos, em buscas, em operações de repressão. 

2- Mata o mal pela raíz. Com este sistema a pirataria é inútil, e o dinheiro para de ir por lugar errado. Torna caducos os programas como Napsters e Limewire, que acusados de fomentar a pirataria, também pouco se importaram com os direitos autorais. Estes e sites como do Megaupload voltariam a ter suas funções "originais" de armazenamento e compartilhamento de arquivos legais. Pois seria mais vantajoso fazer o download da Alo Brasil.

3- Finalmente cobra dos provedores e daqueles que lucram com a circulação de conteúdo na Internet a sua parcela de responsabilidade. Quanto maior o acesso, mais os provedorem podem, sem chorar, reinvestir na ALO Brasil.

4- O Governo passa a ter uma visão real da circulação da cultura na rede, e até índices dela no mundo real (compras de livros, eventos, produção acadêmica). Com esses dados pode propor políticas públicas de incentivo à cultura mais bem planejadas.

5-integra inteligência do país, contatando nossa massa pensante e criativa. Do universitário a donas de casa geniais.

6- É legal, ninguém precisa se sentir "bandido" usando.

7- Estimula a criação ao invés de matá-la.

8- É uma solução complexa inicialmente, mas que se auto renova, e viável do ponto de vista econômico. Como num projeto de software aberto ou Wiki.

9-Faz ponte direta de nossa cultura com o planeta Terra inteiro, reforçado pelo sistema de traduções.

10- É uma solução tanto pra curto quanto longo prazo.

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Em algum lugar do Brasil alguém já deve ter pensado nisso. Aguardo sugestões, humilhações públicas, ou compartilhamentos. Ovos ou ovações, o mais importante é o Brasil assumir seu papel na revolução que a Internet nos possibilita. Os recursos estão mais ao nosso favor do que do pirateiros.


quarta-feira, maio 02, 2012

Harry Potter em ebook, direitos garantidos


 (estudo para o próximo livro, a ser editado pela Paulinas)






Não deixem de ler o texto do Publishnews indicado no link, um trecho só pra sacarem a importância do acontecimento: "Voltando ao Harry Potter, foi registrado que, entre o lançamento oficial e a primeira cópia em um site pirata pronta para download, passaram-se meras 48 horas. A boa notícia é que este primeiro exemplar pirateado trazia para quem soubesse ler a marca do comprador original, que está à distância de um e-mail (registrado no site Pottermore) de ser processado judicialmente. Mas a melhor notícia é que, para um e-book chegar a um site pirata, levou-se o dobro do tempo para que lá chegasse um livro impresso. Os lançamentos de J. K. Rowling em papel costumavam ser escaneados e convertidos em texto ou PDF e, em menos de um dia, estavam à disposição para download ilegal. (No caso do Brasil, traduções feitas em regime colaborativo faziam os livros chegarem à web antes da publicação pela Rocco). Quero crer que isso é um sinal de que editores e leitores estão começando a ter um relacionamento mais respeitoso (e prazeroso) de ambas as partes: aqueles dão a esses a liberdade para ler, esses retribuem aqueles comprando. Mas nesse wishful thinking há um porém. Um detalhe que pode fazer toda a diferença: no caso do Pottermore, não é bem a editora quem está fazendo o mercado evoluir. É a autora. J. K. Rowling, que tem os recursos financeiros (e a inteligência) para prescindir das editoras (e de suas restrições) e ainda conseguiu subjugar uma gigante como a Amazon (você pode chegar ao livro por lá, mas a compra será efetuada diretamente no site da autora)."


Link:



Rowling inovando a tecnologia de ebooks!http://www.publishnews.com.br/telas/colunas/detalhes.aspx?id=67795#.T39XLQYtDgM.facebook